Apostilas

 

 

BIBLIOLOGIA: DOUTRINA DA BÍBLIA

 

 

01 - CONHECIMENTO DA BÍBLIA - I

"Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (II Tm 3:16).

LEITURA BÍBLICA: II Tm 3:10-17

1.1 - UM LIVRO DIFERENTE
"Uma percentagem muito pequena de livros sobrevive além de um quarto de século, e uma percentagem ainda menor dura um século, e uma porção quese insignificante dura mil anos. A Bíblia porém, tem sobrevivido um circunstâncias adversas. Em 303 A.D. o imperador Dioclécio decretou que todos os exemplares da Biblia fossem queimados. A Bíblia é hoje encontrada em mais de duas mil línguas e ainda é o livro mais lido do mundo."
Deus se revela à humanidade mediante: 1) revelação geral ou natural como a) a criação (revelação externa), conforme Rm 1:20 - "Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis;", ou Sl 19:1 que diz: "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos." b) Através da consciência (revelação interna): "porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem por natureza as coisas da lei, eles, embora não tendo lei, para si mesmos são lei; pois mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os" (Rm 2:14-15). 2) Por intermédio da Sua Palavra: a) a Palavra Viva: Jesus Cristo - encarnação (Jo 1:1) e b) a Sua Palavra escrita: a Bíblia Sagrada (II Tm 3:16). A Palavra de Deus (Viva ou Escrita) é a forma única de revelação da salvação à humanidade.

Muitos dos profetas que escreveram o Velho Testamento afirmaram que as suas profecias vieram de Deus. Veja Jr 2:12, como exemplo. O apóstolo Paulo disse: "Toda a Escritura é divinamente inspirada..." A Bíblia Sagrada se apresenta como a Palavra de Deus para o homem. A Bíblia Sagrada como é um livro diferente, exige uma forma diferente de se estudar:

- O Espírito Santo que guiou os escritores da Bíblia, guia hoje os seus leitores (II Pe 1:21).
- Cristo ensinou a seus discípulos: "Quando vier aquele Espírito de Verdade, Ele vos guiará em toda a verdade" (Jo 16:13). O Espírito Santo veio no dia de Pentecoste para ficar com a Igreja, então, aproveitemos o ministério do Espírito Santo na orientação da verdade, para estudarmos a Bíblia.
- O apóstolo Paulo disse a mesma verdade: "Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus" (I Co 2:12).

Afirmamos que a Bíblia é um livro diferente por causa da sua origem divina, que é uma declaração daqueles que o escreveram, segundo a experiência dos que vivem por ele. É diferente porque fala profundamente a alma humana, regenerando este homem tão carente, porém muitas vezes não receptivo à palavra de Deus. Alguém já disse: "A Bíblia é um livro que pode ser lido por nós porque outros sofreram para que o tivéssemos em nosso próprio idioma."

"Como se Deus houvesse querido mostrar aos homens a importância da palavra escrita, a Bíblia, o livro mais antigo do mundo, o primeiro livro que escreveram os homens, o livro por excelência, chegou as nossas mãos através de cerca de quatro mil anos. Quando o renascimento das ciências, depois dos séculos de barbarismo, alargou a esfera de ação de inteligência sobre o globo, a publicação da Bíblia foi o primeiro ensaio da imprensa; a leitura lançou as bases da educação popular que tem mudado a face das nações que a possuem" (Domingo Faustino Sarmiento, grande pensador argentino, 1811-1888).

Apenas uma percentagem muito pequena de livros conseguem sobreviver 25 anos, uma parcela ainda menor dura um século, e um residual quase insignificante chega a mil anos. "A Bíblia, porém, tem sobrevivido em circunstâncias adversas. Em 303 A.D. o imperador Dioclécio decretou que todos os exemplares da Bíblia fossem queimados. A Bíblia é hoje encontrada em mais de mil línguas e ainda é o livro mais lido do mundo".

1.2 - DESTAQUES
a) O homem natural (sem o Espírito Santo), o apóstolo Paulo diz que "não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucuras; não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente" (I Coríntios 2:14). b) A transformação do homem natural em espiritual é pelo ato de fé em Jesus Cristo sob a orientação do Espírito Santo. c) Os mestres humanos da Bíblia também têm seus espaços nos ensinos das Escrituras. É necessário que a Igreja também disponha de mestres para o ensino escriturístico (Ef 4:11). O Velho Testamento adverte que profetas e sacerdotes podem tornar-se falsos (leia Ez 22:25); da mesma forma o Novo Testamento também confirma que na Igreja visível pode haver falsos mestres (II Pe 2:1). d) É necessário que cada crente tenha a sua experiência de conhecimento bíblico, examinando na Bíblia cada dia se as coisas realmente são assim (leia At 17:11). e) Ao indivíduo não pode ser negado o direito do estudo bíblico à parte de alguma autoridade religiosa. Negar este direito é ir de encontro aos versículos: Dt 6:6-25, Js 1:8, Sl 1:1-2, Sl 78:1-8, Sl 119:105, Mt 4:4, Jo 14:23-24, Cl 3:16, Cl 4:16, e II Tm 3:16-17. Algumas pessoas querem contrariar essa liberdade com a intrepretação distorcida de II Pe 1:20.
A Bíblia é best-seller desde a invenção da imprensa por Gutenberg, em torno de 1440. É um milagre da comunicação universal. As Sociedades Bíblicas Unidas distribuíram no mundo em 1996, 19,3 milhões de exemplares da Bíblia. No Brasil católicos e evangélicos no ano de 1997, distribuíram 6,9 milhões de exemplares. Na China circula no mínimo 2,7 milhões de Bíblias entraram em circulação.
"A Bíblia é Deus falando ao homem; é Deus falando através do homem; é Deus falando como homem; é Deus falando a favor do homem; mas é sempre Deus falando!" (anônimo).

1.3 - CURIOSIDADES BÍBLICAS
A MENOR BÍBLIAA menor Bíblia existente foi impressa na Inglaterra e pesa somente 20 gramas. Este fabuloso exemplar da Bíblia mede 4,5cm de comprimento, 3cm de largura e 2cm de espessura. Apesar de ser tão pequenina, contém 878 páginas, possui uma série de gravuras ilustrativas e pode ser lida com o auxílio de uma lente.
A MAIOR BÍBLIAA maior Bíblia que se conhece, contém 8048 páginas, pesa 547 kg e tem 2,5m de espessura. Foi confeccionada por um marceneiro de Los Angeles, durante dois anos de trabalho ininterrupto. Cada página é uma delgada tábua de 1m de comprimento, em cuja superfície estão gravados os textos.
VAMOS LER A BÍBLIA?A Bíblia contém 31.000 versículos e 1.189 capítulos. Para sua leitura completa são necessárias 49 horas, a saber, 38 horas para a leitura do Velho Testamento e 11 para o Novo Testamento. Para lê-la audivelmente, em velociade normal de fala, são necessárias cerca de 71 horas. Se você deseja lê-la em 1 ano, deve ler apenas 4 capítulos por dia.
A BÍBLIA NO MUNDOA Bíblia já atravessou 3 mil anos, sendo traduzida em 2167 línguas.

2 - CONHECIMENTO DA BÍBLIA II

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra"(II Tm 3:16-17).

LEITURA BÍBLICA: II Tm 3:14-17

2.1 - DIVISÕES DIDÁTICAS DA BÍBLIA
A palavra Bíblia significa livros, vem da palavra grega biblios, portanto, é o conjunto dos livros sagrados do Antigo e Novo Testamentos. Este livro sagrado (não muda com o tempo) contém 66 livros, escritos por 40 autores, abrangendo um período de aproximadamente 1600 anos.

A Biblia está dividida em dois grandes blocos: O Velho Testamento, composto por 39 livros e o Novo Testamento, por 27 livros. A palavra "testamento" quer dizer pacto, aliança. Portanto o Antigo Testamento é o pacto que Deus fez com o homem para a sua salvação de Cristo vir ao mundo, basicamente com o povo judeu. O Novo Testamento é a nova aliança de Deus com o homem para a salvação após Cristo vir. O Antigo Testamento é a aliança da lei, o Novo Testamento é a aliança da graça, a primeira foi uma encaminhamento à segunda, leia Gálatas 3:17-25.

No Antigo Testamento temos: 5 livros Lei, 12 Históricos, 5 Poéticos, 17 Proféticos (5 Maiores e 12 Menores, pela extensão do livro). Veja o que Henrietta C. Mears escreve no seu livro Estudo Panorâmico da Bíblia:

·        O Antigo Testamento começa o que o Novo completa.
O Antigo se reúne ao redor do Sinai.
O Novo ao redor do Calvário.
O Antigo está associado com Moisés.
O Novo com Cristo (João 1:17).

O Novo Testamento foi escrito com a finalidade da revelação da pessoa e ensinos do Senhor Jesus Cristo, o mediador da Nova Aliança. Oito pessoas escreveram o NT, no mínimo quatro (Mateus, João, Pedro e Paulo, eram Apóstolos. Marcos e Lucas foram companheiros dos apóstolos. Tiago e Judas eram irmãos do Senhor Jesus. Os livros do NT são assim agrupados: 4 Evangelhos, 1 Histórico, 21 Epistólas (14 Paulinas e 7 Gerais) e 1 livro Profético.

2.2 - CONTEÚDO DO ANTIGO TESTAMENTO
O Pentatêuco, conjunto dos 5 primeiros livros bíbicos, escritos por Moisés, confirmados pelo próprio Senhor Jesus Cristo, é assim formado:

·        1-Gênesis, é o livro das origens, apresenta Jesus Cristo, nosso Deus Criador. Escrito em: 1450-1410 A.C.. 2-Êxodo, é o livro da redenção, apresenta Jesus Cristo nosso Cordeiro Pascal. Escrito em 1450-1410 A.C.. 3-Levítico, é o livro do culto e da comunhão, apresenta Jesus Cristo como Nosso Sacrifício pelo Pecado, escrito em 1450-1410 A.C.. 4-Números fala das experiências de um povo peregrino apresentando Jesus Cristo como o que Foi Levantado, escrito em: 1450-1410. 5-Deuteronômio é um livro de instruções para o povo que iam tomar posse da terra prometida. Escrito também entre 1450-1410 A.C., aproximadamente.

Livros Históricos, são doze que narram a ascenção e a queda da teocracia, os cativeiros de Israel e Judá, o retorno à terra prometida e a restauração do templo e da cidade de Jerusalém. Os livros Históricos são assim apresentados:

·        1-Josué, apresenta Jesus Cristo como Capitão da Nossa Salvação, escrito por Josué, apresentando a conquista de Canaã, escrito no XIV século A.C.. 2-Juízes, é um livro de autor desconhecido, escrito no século XI A.C., apresentando Jesus Cristo como nosso Juiz Libertador, descrevendo derrotas e livramentos do povo de Deus. 3-Rute, tembém de autor desconhecido, escrito no século XI A.C., onde o Senhor Jesus Cristo é apresentado como Nosso Parente Resgatador. 4-I Samuel, também é um livro de autor desconhecido que apresenta Jesus Cristo como Nosso Rei, escrito no século X A.C., onde se destacam as pessoas de Samuel, Saul e Davi. 5-II Samuel, cuja autoria é desconhecida, continua apresentado Jesus Cristo como nosso Rei, descreve o reinado de Davi, escrito também no século X A.C.. Os livros 6/7-I e II Reis têm autorias desconhecidas, escritos no VI século A.C., apresentam Jesus Cristo como Rei e trabalha a história de Israel e Judá. Como também 8/9-I e II Crônicas, de autor (es) desconhecido (s) apresentam Jesus Cristo como Rei, apresenta descrições genealógicas e escritos no V século A.C.. 10-Esdras, é o nome do autor desse livro, onde Jesus Cristo é apresentado como Nosso Restaurador, descreve a volta do cativeiro babilônico e foi escrito no V século A.C..11-Neemias também é outro livro que traz o nome do seu autor, o Senhor Jesus Cristo continua apresentado como o Único Restaurador com a narrativa da reconstrução dos muros de Jerusalém. 12-Ester é o livro que apresenta Jesus Cristo como Nosso Advogado, de autoria desconhecida, destaca a providência de Deus, foi escrito no V século A.C..

Livros Poéticos e da Sabedoria são seis, apesar de todo o VT ter passagens poéticas, como em Êxodo 15:1-21, Juízes5, e em grande parte das obras proféticas, mas esse segmento bíblico se destaca pela extensão e beleza poética. A base da poesia hebraica é o paralelismo do pensamento. Na introdução do Livros Poéticos da Bíblia com as referências e anotações de Dr. C.I. Scofield, temos o comentário: "O rítmo não é buscado pela semelhança de sons, como nos versos com rima, ou pelo acento métrico, como nos versos brancos (embora a poesia hebraica não seja totalmente sem acento), mas principalmente pela repetição, pelo contraste e pela elaboração de idéias". Veja Salmo 25:4, Salmo 1:6 e Jó 11:8

·        é um livro de autor desconhecido apresentando Jesus Cristo como Meu Redentor, tendo uma forte abordagem sobre o problema do sofrimento. Os Salmos apresentam Jesus Cristo, Nosso Tudo em Todos. O Tema deste livro é o louvor, escrito por Davi e outros no X século A.C. e mais tarde. Salomão e outros autores escreveram Provérbios onde Jesus Cristo é a Nossa Sabedoria, no século X A.C.. Esclesiastes é o livro seguinte que foi escrito por Salomão onde o assunto básico é o raciocínio do homem, escrito também no século X A.C., onde o Senhor Jesus Cristo é apresentado como a Finalidade da Vida. Salomão também escreveu Cantares, Jesus é O que Ama Nossa Alma, escrito no século X A.C..

Os Livros Proféticos foram escritos por homens chamados por Deus para um ministério profético com objetivos de reavivamento em nome de Deus, não perdendo a consciência patriótica. A mensagem tanto era para o momento como também tinha o aspecto preditivo Em relação a invasão de Israel e o seu cativeiro pelo reino babilônico, Exílio, os livros proféticos podem ser divididos em três grupos: 1-Pré-exílicos: Isaias, Jeremias, Oséias, Joel, Amós, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias. 2-Exílicos: Ezequiel, Daniel e Obadias. 3-Pós-Exílicos: Ageu, Zacarias e Malaquias. A divisão em profetas maiores e menores, com base no simples volume dos livros, não é histórica e não é cronológica.

·        A ordem cronológica dos profetas I) Pré-Exílios é: 1-Joel (cerca 850-700A.C.), Jesus o Restaurador; 2-Jonas (cerca 800 A.C.), Jesus Cristo Nossa Ressurreição e Vida; 3-Amós (cerca 780-755 A.C.), Jesus é o Divino Lavrador; 4-Oséias (cerca 760-710 A.C.), Jesus, O que Encaminha o Desviado; 5-Miquéias (cerca de 740 A.C.), Jesus Cristo é apresenado como o a Testemunha Contra Nações Rebeldes; 6-Isaías (cerca de 740-680 A.C.), apresenta Jesus Cristo como o Messias; 7-Naum (cerca 700-615 A.C.), Jesus Cristo e a Fortaleza no Dia da Angústia; 8-Sofonias (cerca de 700-615 A.C.), Jesus é o Senhor Zeloso; 9-Habacuque (630-620 A.C.), Jesus, O Deus da Minha Salvação; 10-Jeremias (626-580 A.C.), Jesus e o Renovo da Justiça. II) Os Profetas Exílicos são: 1-Daniel (604-535 A.C.), Jesus e a Pedra que Esmiúça; 2-Ezequiel (593-570), Jesus é O Filho do Homem; 3-Obadias (cerca de 585 A.C.), Jesus é o Nosso Salvador. III) Os profetas do Pós-Exílio são: 1-Ageu (520 A.C.), Jesus, O Desejado de Todas as Nações; 2-Zacarias (520-518 A.C.), Jesus, O Renovo da Justiça; 3-Malaquias (450-400 A.C.), Jesus é o Sol da Justiça.

3 - CONHECIMENTO DA BÍBLIA - III

"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (II Tm 2:15).

LEITURA BÍBLICA: II Tm 2:1-15.

3.1 - O CONTEÚDO DO NOVO TESTAMENTO
Os quatro primeiros livros do Novo Testamento (Mateus, Marcos, Lucas e João), são os Evangelhos (a palavra "evangelho" significa "boa nova'). Esses quatro livros traz uma Boa Nova: JESUS CRISTO, filho de Deus, Sua vida, morte e ressurreição. O livro seguinte, o quinto livro, é chamado de Atos dos Apóstolos, que na realidade são atos do Espírito Santo. Este livro é histórico: contém o relato dos primeiros anos da Igreja, numa expressão de poder na propagação da Verdade. Os livros seguintes são as cartas chamadas "Epístolas". Alguns desses livros levam os nomes da igrejas a que foram dirigidas, por exemplo: Romanos, Coríntios, Colossenses, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses e Tessalonicenses; outros, de indivíduos para os quais foram dirigidas as cartas, como Timóteo, Tito e Filemon.Há um livro que se refere a uma comunidade geral: Hebreus. Também temos os que receberam os nomes dos seus autores: Tiago, Pedro, João e Judas.Dessas cartas treze são do Apóstolo Paulo, uma cujo autor não conhecemos com certeza (Hebreus); uma de Tiago (ou Jacó), duas de Pedro, três de João e uma de Judas; totalizando vinte e uma cartas, que objetivam um ensinamento direcionado para que conheçamos melhor a graça e vontade de Deus. Por último temos, o último livro do Novo Testamento: O Apocalípse. "Apocalípse" é uma palavra de origem grega que significa "revelação". É um livro escrito forte em símbolos e sinais que realisticamente trata das coisas que acontecem e ainda estão para acontecer. Destacamos o seguinte trecho deste livro: "Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo" (Ap 1:3).

3.2 - RESUMO DO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento (NT) compõe-se de: a) Quatro (4) livros sobre a vida de Cristo, chamados Evangelhos". b) Um (1) livro sobre a história da Igreja durante seus primeiros passos. c) 21 cartas que ampliam o ensinamento sobre as verdades maiores: o Evangelho. d) Um (1) livro profético.

"Por detrás e por baixo da Bíblia, acima e além, está o Deus da Bíblia". A mensagem central da Bíblia é a salvação mediante Jesus Cristo, esta é a grande mensagem escrita em todos os seus 66 livros, por 40 autores, abrangendo um período de aproximadamente 1600 anos. A maior parte do Velho Testamento foi escrita em hebraico, pequenos trechos em aramaico e o Novo Testamento foi escrito na língua grega. O apóstolo Pedro escreveu: "Homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" (II Pe 1:21). Na Bíblia temos a expressão da comunicação humana, sob o pensamento e inspiração divina. A Bíblia é uma forma de revelação contínua ligando uma eternidade passada com uma eternidade futura.

"O Antigo Testamento é o alicerce; O Novo Testamento é a superestrutura. O alicerce é inútil se não se construir sobre ele. Um edifício é impossível ser construido, a não ser que haja um fundamento. Assim, o Antigo Testamento e o Novo Testamento são essenciais um ao outro. O Novo está contido no Antigo. O Antigo está explicado no Novo. O Novo está latente no Antigo. O Antigo está patente no Novo. "Jesus Cristo é o amor de Deus revelado, a Bíblia é a Sua palavra escrita. Sejamos leitores da Bíblia obedientes, práticos e ativos no serviço do Reino do Senhor Jesus.

4 - OS AUTORES DA BÍBLIA

"Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (II Tm 3:16).

LEITURA BÍBLICA: II Tm 3:1-17 4.1

4.1 - QUEM SÃO OS AUTORES DA BÍBLIA?
Já falamos sobre os diversos autores de livros da Bíblia, como Moisés, Paulo e outros. Talvez você esteja perguntando: Como pode ser a Bíblia a palavra de Deus se os homens a escreveram?

Deus se tem revelado ao homem principalmente por três recursos: a) A revelação na natureza. Sl 19:1; At 14:17 e Rm 1:20. b) A revelação pessoal em Seu Filho (Jo 1:18). c) A Bíblia, Sua Palavra escrita: uma forma exata e permanente (sagrada).

Conforme II Tm 3:16, Deus inspirou as Sagradas Escrituras.Inspirou prejudicar as características de cada escritor. "Se o próprio Deus tivesse escrito, a Palavra escrita não seria mais exata e mais autoritária do que é." Há trechos bíblicos que foram dados diretamente por Deus, como Ex 20:1; Lv 1:1 e Dt 5:4. A inspiração bíblica é divina, não é a inspiração psico-física de um poeta ou artista.

4.2 - A FONTE DIVINA
O apóstolo Pedro foi bem claro na sua afirmação: "porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens de Deus [santos] falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" (II Pe 1:21).

4.3 - OS AUTORES HUMANOS
O apóstolo Paulo escrevendo aos romanos (Rm 3:2), diz, referindo-se aos judeus: "...as palavras de Deus lhes foram confiadas." Então, sob a inspiração divina a Bíblia foi escrita, inspiração esta testada pelos próprios escritores do V.T. (II Sm 23:2-3; Is 59:21 e Jr 1:9), inclusive há diversas expressões "assim diz o Senhor", ou expressões semelhantes. Cristo afirma a inspiração do V.T. (Mt5:18; 22:42-43; Mc 12:36; Jo 10:35). Os apóstolos dão o mesmo testemunho (At 1:16; 4:24-25; 28:25; Hb 3:7; 10:15-16; II Pe 1:20-21). Esta confirmação da veracidade das Escrituras, não foi só de palavra, mas com a própria vida.

Henrietta C. Mears, diz em seu livro Estudo Panorâmico da Bíblia: "O Antigo Testamento é o relato de uma nação (a nação hebraica). O Novo Testamento é o relato de um Homem (o Filho do homem). A nação foi estabelecida e alimentada por Deus com o fim de trazer o Homem ao mundo" (Gn 12:1-3). Os escritores da Bíblia foram judeus, com exceção do Evangelho de Lucas e provavelmente e Livro de Atos.

Então, há uma diversidade de autores humanos da Bíblia: 1. Todos, provavelmente exceto Lucas, eram judeus. 2. A Bíblia foi escrita num período de aproximadamente 1600 anos. 3. Deus usou para escrever este livro aproximadamente 40 pessoas. - Desconhecemos a autoria literária de alguns livros. - De outros não há absoluta certeza. 4. Interessante que todos os 66 livros apresentam uma uma unidade.

4.3 - A PALAVRA VIVA: CRISTO
"Deus se fez homem para que saibamos o que pensar quando pensamos em Deus (Jo 1:14; 14:9). Sua aparição na terra é o acontecimento central de toda a História. O Antigo Testamento prepara o terreno para isso. O Novo Testamento o descreve" (H.C. Mears).

A Bíblia tem vencido o tempo, as culturas, as perseguições direcionadas, tanto de cunho religioso como ideológico, assim, tem demonstrado uma prática secular que realmente é uma revelação escrita de Deus, nos trazendo a história de Cristo e a vida eterna aos homens.

5 - A BÍBLIA ATÉ NÓS

"Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creais no nome do Filho de Deus" (I Jo 5:13).

LEITURA BÍBLICA: 5:1-13

5.1 - DIRECIONAMENTO BÍBLICO
É lógico que os primeiros ouvintes do V.T. foram os israelitas, porém a sua mensagem é dirigida ao mundo inteiro. Deus sempre incluiu estrangeiros no Seu serviço e na participação da sua graça. O N.T. tem um direcionamento mais universalista, como diz Paulo: "Digo pois que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão, por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas de Deus aos pais; e para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia" (Rm 15:8-9).

OS QUATRO EVANGELHOS - De acordo com a época, Mateus dirigiu-se num estilo próprio para os judeus. Marcos aos romanos.Lucas e João ao mundo grego. O livro de Atos começa com a ordem de Cristo aos discípulos de levar o Evangelho até os confins da terra (At 1:8).

AS CARTAS - São ensinamentos a crentes espalhados em toda a terra, após receberem a mensagem evangélica. "Estas coisas vos escrevi, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus" (I Jo 5:13).

5.2 - A BÍBLIA ATÉ HOJE
O V.T. foi escrito em hebraico, a linguagem dos israelitas, uma língua própria para expressar os anúncios, as antecipações e as profecias. O N.T. foi escrito em grego, que era a língua única da época, suficiente para o propósito de Deus na comunicação universal do Evangelho. Por ser uma língua precisa, foi própria para levar com exatidão a mensagem da encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus. Os judeus tinham a prática de queimarem reverentemente os manuscritos bíblicos, depois de havê-los copiado com a maior meticulosidade, quando estavam quase inutilizados pelo uso, o que implicou em não termos mais nenhum dos originais do V.T. Quanto ao N.T. existem hoje aproximadamente quatro mil manuscritos em grego, referentes ao todo ou a certas partes. A crítica textual é a ciência extensiva que investiga o texto original do N.T. Os drs. Wescott e Hort, grandes cientistas nesta área, afirma que "A soma do que se pode chamar uma variação considerável, apenas tem algo mais que uma milésima parte do texto inteiro". E o sábio inglês, Sir Frederic Kenyon, afirma que nenhuma doutrina do cristianismo está baseada em versículo discutível". No Museu Britânico existe um manuscrito completo do N.T. com data do Século IV. E, recentemente descobriram porções que procedem do Século II, havendo um fragmento do Evangelho de João feito no ano 125, sendo escrito pelo apóstolo em cerca de 85-90 A.D..

5.3 - AS PRIMEIRAS TRADUÇÕES
Sempre houve empenhos para que a Bíblia fosse traduzida para línguas comuns. Há três traduções que são importantes por serem antigas , são testemunhas primitivas dos textos antigos.

1 - VERSÃO DOS SETENTA - É uma tradução em grego do V.T., feita entre os anos 280 e 130 A.C., e é conhecida por "Septuaginta", porque a tradição diz que é o resultado de setenta sábios hebreus, convocados em Alexandria, no Egito, pelo rei Ptolomeu Filadelfo. Esta versão era muito usada pelos apóstolos.

2 - VULGATA LATINA - Versão foi feita por Jerônimo no fim do Século IV. No Século IV havia diversas versões em latim, divergentes entre si, e a igreja entregou a Jerônimo, grande conhecedor do hebraico e do grego, a tarefa de preparar uma versão confiável em latim. Os colegas de Jerônimo preferiam as antigas versões defeituosas. Somente no Século VI que a Vulgata Latina de Jerônimo começou a receber a aceitação da maioria. A Igreja Católica Romana, desde o fim do Século XVI, tem adotado esta versão como oficial.

5.4 - VERSÃO SIRÍACA PESHITO
Esta versão é a terceira de interesse, facilitada para o idioma da Síria. Provavelmente a primeira tradução do N.T. tenha sido esta. Estas versões citadas são importantes porque foram usadas para traduções mais recentes.

5.5 - LIVROS APÓCRIFOS
Nas versões dos Setenta e na Vulgata Latina encontram-se outros livros (I Esdras, II Esdras, Tobias, Judite, o resto de Ester, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque, a Epístola de Jeremias, o Canto do Três Mancebos, a História de Suzana, Bel e o Dragão, A Oração de Manassés, I Macabeus, II Macabeus, O Códice Alexandrino acrescenta ainda III e IV Macabeus, num total de 16 livros) que são considerados "apócrifos" (ocultos); os próprios judeus não aceitaram esses livros inspirados por Deus mesmo aparecendo na Vulgata Latina, o próprio Jerônimo não os aceitou como inspirados. A Igreja Evangélica considera esses livros fora do Cânon Sagrado pelas razões básicas: contem erros históricos geográficos e cronológicos, aprovam a mentira, o suicídio, o assassinato, os encantamentos mágicos, as orações aos mortos, salvação por meio de gratificações, descrição do sobrenatural de uma forma grotesca e ridícula. No Concílio de Trento (1546 D.C.) a Igreja Ocidental passou a considerá-los autoritários com o voto de 53 prelados sem conhecimentos históricos destacados sobre documentos orientais, encontrando oposição de grandes homens como o cardeal Polo que afirmou que assim agira o Concílio a fim de dar maior ênfase às diferenças entre católicos romanos e os evangélicos. Outro destacado líder católico, Tanner afirmou que a Igreja Católica Romana encontrou nesses livros o seu próprio espírito (apud Introdução ao Antigo Testamento, Dr. Donaldo D. Turner, IBB).

5.6 - VERSÕES PORTUGUESAS
Portugal com todo o seu valor histórico e sentimento religioso não deixou uma tradução da Bíblia em língua popular. O primeiro esforço para divulgação das Escrituras em português foi da rainha d. Leonora, esposa de D. João, rei de Portugal que em 1495 mandou imprimir uma tradução da Vida de Cristo, escrita em latim por Ludolfo da Saxônia. Em 1505 a mesma rainha mandou imprimir uma versão dos Atos dos Apóstolos e das Epístolas Universais de São Tiago, São Pedro, São João e São Judas. Em 1495 apareceu uma edição litúrgica da Epístolas e Evangelhos traduzidos por Gonçalo Garcia.

5.7 - A VERSÃO DE ALMEIDA
João Ferreira de Almeida nasceu em Lisboa em 1628, filho de católicos e entre os holandeses aceitou a fé na Igreja Reformada,aos treze anos de idade, cuja conversão se atribui à leitura de um folheto em espanhol sobre a diferença entre a Igreja Reformada e a Romana. Antes de completar quinze anos de idade traduziu de espanhol para o português um resumo dos Evangelhos e Epístolas. E aos dezesseis anos traduziu o N.T. do latim, consultando as versões espanholas, italianas e francesa, como também a Liturgia e Catecismo de Heidelberg. Em 1656 foi ordenado ministro, falecendo em 1691. Escreveu várias obras, sendo o destaque a Bíblia em português.. A primeira edição do Novo Testamento de Almeida foi impressa em Amsterdã, em 1681. A primeira edição completa do V.T. do padre Almeida foi impressa de 1748 a 1753 em dois volumes. A parte que Almeida não chegou a traduzir, de Ez 48:21, em diante, foi obra de Jacob Ofden Akkar, ministro na Batávia. Almeida levou sua vida pregando o Evangelho em Java, Ceilão e na Costa de Malabar.

6 - ENTRE O VELHO E O NOVO TESTAMENTO "Mas para vós, que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, e salvação trará debaixo das suas asas; e saireis, e crescereis como os bezerros do cevadouro" ( Ml 4:2).

LEITURA BÍBLICA: Ml 4

6.1 - ENTRE DOIS TESTAMENTOS
Entre as profecias de Malaquias e João Batista se estende um período de 400 anos, ou seja, entre as palavra de Malaquias: "Eis que eu envio o meu anjo, que preparará o caminho diante de mim: e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais...", e as palavras de João Batista: "E naqueles dias apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus". Neste período há um profundo silêncio divino de 400 anos, sem uma voz profética.

6.2 - ACONTECIMENTOS POLÍTICOS, RELIGIOSOS E LITERÁRIOS
a) Os persas dominam a Judéia até 334 A.C.. b) Com Alexandre o Grande, os gregos estendem seu poder e cultura sobre a Judéia. c) Ao morrer Alexandre, a Judéia passa para o poder de Ptolomeu, Soter e Filadelfo. d) Domínio da Síria, e perseguição dos judeus. e) Aparição de Matatias e "os macabeus" (165 A.C.); tratado de paz com a Síria. f) Pompeu conquista a Judéia, convertendo-a em província romana (63 A.C.). g) Destaque dos partidos religiosos - fariseus e saduceus. h) Aparecimento da versão dos Setenta, dos livros apócrifos, e dos "pseudepígrafa". Quando sobreveio a luta entre judeus conservadores e os que favoreceram a introdução da cultura grega, o rei da Síria, Antíoco Epifano, que odiava os judeus, aproveitou-se da situação para desencadear uma perseguição terrível sobre eles, fazendo cessar os sacrifícios no templo de Jerusalém, e pondo sobre o altar de ofertas, uma estátua de Júpiter; foi quando surgiu líderes como Matatias, "os macabeus". Por sua vez, o poder romano crescia no ocidente, e quando os sírios ameaçaram novamente a liberdade dos judeus, Judas Macabeu, pediu apoio de Roma. Quando se instala nova luta civil entre os judeus, o imperador romano, Pompeu, marchou contra a Judéia, logrando convertê-la numa província romana. Nesta época se inicia a história do Novo Testamento. O rei Herodes que encontramos no capítulo 2 de Mateus é nada mais que um vassalo do imperador romano. Com a conquista de Israel, o exílio babilônico e posteriormente a Diáspora, houve uma dispersão israelita (I Pe 1:1). Em cada cidade por onde os judeus passavam construíam sua sinagogas (congregação) para cultos e ensinos aos descendentes. Jesus Cristo e os apóstolos normalmente aos sábados iam as sinagogas para evangelizar. Surgiram dois grandes partidos religiosos: - os fariseus, com ênfase excessiva a lei e as tradições, que era uma reação forte aos costumes estrangeiros, formavam uma maioria hipócrita, legalista, e nada do Espírito. - os saduceus, eram o outro extremo: eram liberais em suas crenças, ignorando e passando por alto todo o pensamento do mundo espiritual e da vida futura. O interessante é que esses dois grupos tão polarizados entre si, para serem contra Jesus Cristo, formavam uma unidade. Neste período aparecem os livros considerados apócrifos, a Versão dos Setenta (tradução do V.T. em grego), e os livros chamados pseudepígrafa, que quer dizer falsamente escritos. Havia uma prática de atribuir a autoria de uma obra a alguma pessoa famosa. Este foi o mundo encontrado por nosso Senhor Jesus Cristo. Havia uma vontade de encontrar o Mestre, mas de uma forma confusa e marcada pela desorientação. Tão desorientada que Ele veio e os seus patriotas O rejeitaram. Nós O aceitamos.

O CÂNON E AS TRADUÇÕES MAIS RECENTES

A palavra "cânon" significa "regra, padrão, vara de medir". Portanto, canônico é o livro que satisfaz a certos critérios ou padrões. A história das versões da Bíblia é comovente:

1) SEPTUAGINTA (250-150 a.C.)
Com as conquistas de Alexandre, o Grande, o grego tornou-se a língua do comércio, dos negócios e da educação no Oriente Próximo e no Médio Oriente. A cidade de Alexandria, no Egito, veio a tornar-se o grande centro da erudição e da culta grega.

É conhecida por "Septuaginta", porque a tradição diz que é o resultado de setenta sábios hebreus, convocados em Alexandria, no Egito, pelo rei Ptolomeu Filadelfo. Esta versão era muito usada pelos apóstolos.

2 - VULGATA LATINA
Quatro séculos depois de Cristo, quando já não era falado nem o grego, nem o latim, JERÔNIMO encetou nova tradução da Escritura para o latim "vulgar" ou "comum", que é a Vulgata Latina.

3 - JOÃO WYCLIFFE (1324-1384)
Traduziu a Vulgata Latina para o inglês, muitas pessoas converteram-se a Cristo. Deus, porém, estava trabalhando. A invenção da imprensa foi responsável pela grande mudança. Entre 1462 e 1522, apareceram, só em alemão, pelo menos 17 versões e edições da Bíblia.

VERSÃO SIRÍACA PESHITO
Esta versão é a terceira de interesse, facilitada para o idioma da Síria. Provavelmente a primeira tradução do N.T. tenha sido esta. Estas versões citadas são importantes porque foram usadas para traduções mais recentes.

Martinho Lutero apelou para os originais hebraicos e grego a fim de preparar uma melhor tradução da Palavra de Deus em Alemão. Influenciado por Lutero, William Tyndale elaborou, em 1525, a primeira tradução impressa do Novo Testamento em inglês.

4 - A BÍBLIA EM PORTUGUÊS
JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA, nascido em Portugal, nas proximidades de Lisboa, traduziu a Bíblia para o português, em 1628. Era ministro da Igreja Reformada Holandesa. Refugiado na Ilha de Java, no Oceano Índico traduziu primeiro o Novo Testamento, que foi publicado na Holanda em em 1681. O Velho Testamento ele traduziu até Ezequiel, quando o Senhor o recolheu. Seus amigos concluíram o seu trabalho. Hoje, onde quer que se fale o portugês, João Ferreira de Almeida é lembrado pela bravura e pioneirismo de seu espírito.

REVISÕES DA OBRA DE ALMEIRA
Em 1951 - ARC, Almeida Revista e Corrigida - Imprensa Bíblica Brasileira.
Em 1958 - ARA, Almeida Revista e Atualizada - Sociedade Bíblica do Brasil.
Em 1995 - ARC/ARA, pela Sociedade Bíblica do Brasil.

5 - OUTRAS VERSÕES DA BÍBLIA EM PORTUGUÊS

·        IBB - Imprensa Bíblica Brasileira

·        Tradução Brasileira

·        Figueiredo

·        Matos Soares e outras traduções pela Igreja Católica

BIBLIOGRAFIA

Doutrina Bíblicas - William w. Menzies e Stanley M.Horton, segunda edição/1996, Casa Publicadora da Assembléia de Deus.

 

Anjos

 

A criação

INTRODUÇÃO

Muito se tem escrito no mundo secular e religioso acerca dos anjos, explorando a credulidade de pessoas espiritualmente carentes e supersticiosas, induzindo-as à conceituações erradas e falsas sobre o mundo espiritual. Nestas lições, procuraremos aclarar a verdade e a realidadedo assunto segundo a revelação feita pela Bíblia Sagrada.

I - A DECLARAÇÃO BÍBLICA DA CRIAÇÃO

O ponto de partida está na declaração de que todas as coisas criadas foram feitas "segundo o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade"(Ef 1.11b). Portanto, o relato da obra da criação no livro de Gênesis se constitui como o princípio e a base de toda a revelação divina e, consequentemente, a base da relação do homem com Deus.

Quatro grandes verdades estabelecem os fundamentos da obra da criação.

l. A obra da criação é autoria única do Deus Triúno. A Bíblia revela que o Deus Trino é o Autor da criação (Gn 1.1;Is 40.12;44.24;45.12). O apóstolo Paulo destaca a segunda Pessoa da Trindade, Jesus Cristo, na qualidade de criador, mas diz que "todas as coisas são de Deus, o Pai " (1 Co 8.6; Jo 1.3; Cl 1.15-17). A terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, participa da obra da criação em harmonia perfeita com o Pai e o Filho conforme indicam os textos de Gn 1.2; Jo 26.13;33.4; Sl 104.30; Is 40.12,13).

Não há na Trindade Divina qualquer resquício de competição. As três Pessoas são distintas mas formam uma só essência divina indivisível

2. A obra da Criação foi feita por um ato livre da parte do Criador. A Bíblia deixa claro que Deus é auto-suficiente e não tem qualquer relação de dependência de nada e de ninguém

(Jó 22.3,13; At 17.25). Ao realizar a obra da criação, Ele o fez não por necessidade, mas por sua soberana e livre vontade de fazer o que quer e o que lhe apraz. Ora, a única dependência divina é a de sua própria e soberana vontade. A Bíblia Sagrada refuta essa idéia e fortalece o fato de que "Deus fez todas as coisas segundo o conselho da sua vontade " (Ef 1.11; Ap 4.11).

3. A obra da Criação teve um começo. A criação teve um princípio, um começo para tudo, nas coisas visíveis e invisíveis. A prova irrefutável do ponto de vista bíblico está no primeiro está da Bíblia:

"No principio criou Deus os céus e a terra" (Gn l.l). A expressão "no princípio" no hebraico é bereshith , que literalmente significa "começo". O sentido da palavra é indefinido e sugere que a criação teve um início, um começo (Sl 90.2; 102.25). Por essas escrituras, entende-se que num momento específico, conforme sua soberana vontade, Deus criou a matéria e a substância que antes nunca existiram. Quanto à existência do mundo espiritual, o princípio é omesmo estabelecido para a criação da matéria, pois Deus criou tudo do nada.

4. A obra da criação foi produzida do NADA. Esta é uma doutrina que se choca frontalmente com as teorias materialistas que acreditam na eternidade da matéria. Os que rejeitam essa verdade, dizem que é impossível "criar alguma coisa do nada", mesmo para o Deus Onipotente, porque não tem elemento causante. Porém, a Bíblia declara que Deus criou todas as coisas pela Palavra do seu Poder (Sl 33.6,9 e 148.5). A escritura mais forte paraaceitar a idéia de que a criação foi feita do nada está em Hb 11.3 que diz:

"Pela fé entendemos que os mundos , pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente"

Ora, podemos entender de modo claro que pertence à natureza divina a capacidade de trazer à existência aquilo que não existe.Ele, somente Ele, pode criar qualquer coisa do nada, segundo o seu arbítrio .

II - O PROCESSO DA OBRA DA CRIAÇÃO

A criação dos anjos só será entendida plenamente depois de conhecermos os fundamentos da doutrina da criação. Há um processo ordenado na história da criação que apresenta-se em trás fases distintas como se segue: (1) a criação espiritual; (2) a criação material; (3) a criação da vida sobre a terra.

l. A criação das coisas espirituais. Ao responder aos questionamentos do patriarca Jó, o Criador disse-lhe, de modo enfático e poético que, quando este ainda nem havia nascido, nem o mundo material havia sido criado, os seus anjos, que são espíritos criados por Ele, já estavam presentes na criação do mundo material (Jó 38.1-7). Nesta escritura, Deus procura convencer a Jó que o Senhor é o Criador da terra e a rege com justiça e que, ao criar o mundo material, as estrelas da alva alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam"

(Jó 38.7). Na linguagem figurada da Bíblia, tanto "as estrelas da alva" quanto "os filhos de Deus" são figuras dos seres espirituais criados pelo Senhor.

2. A criação das coisas materiais. A base dessa declaração está na narrativa bíblica dos primeiros capítulos de Gênesis. Entretanto, a criação material é imensa e abrange todo o sistema solar e outros sistemas existentes e descobertos pelo homem. A extensão dos corpos celestes espalhados no espaço sideral, fazendo parte da Via Láctea, com muitos sóis, planetas e satélites, nos dá uma visão apenas limitada de toda a grandeza da criação material (Ne 9.6).

3. A criação da vida sobre a terra. Na criação da terra, o Criador formou a vida física numa combinação do imaterial com o material (Gn 1.11,20-22). Nesta ordem da criação, são incluídos o homem, os animais nas mais variadas espécies, além da vida vegetal. Há uma certa reciprocidade entre anjos c homens como seres espirituais. Porém, é preciso distinguir ambas as criações, porque os anjos são apenas seres espirituais e os homens são seres espirituais e materiais. A vida dos anjos é apenas espiritual. A vida dos homens é espiritual e física. A vida física foi criada para propagar-se, por isso, os homens procriam e geram outros homens. A vida dos anjos é única e eterna; não pode propagar-se, isto é , os anjos não procriam.

III - A REALIDADE DA CRIAÇÃO ESPIRITUAL

A experiência humana testemunha a existência de seres espirituais aos quais são dados os mais variados nomes: espíritos, deuses e semideuses, gênios, heróis, demônios e tantos outros nomes. Porém, é a Bíblia Sagrada que revela a verdade sobre o mundo espiritual. Independentemente das idéias e fantasias mitológicas das religiões do mundo , a revelação aceitável no mundo religioso se encontra na Bíblia.

l. Os anjos são reais. A palavra anjo no hebraico é ma'ak e no grego é angellus que significam a mesma coisa: mensageiro, enviado. O termo anjo aplica-se a todas as ordens dos espíritos criados por Deus (Hb 1.14). Eles exercem atividades importantes no mundo espiritual, mas não são independente nessas atividades, pois as fazem dentro dos limites a que foram criados. A Bíblia fala da manifestação dos anjos na obra da criação do mundo físico(Jó 38.6,7). Eles estavam presentes quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei (Hb.2.2); no nascimento de Jesus (Lc 2.13); quando foram servir ao Senhor Jesus no deserto da tentação (Mt 4.11 ); na ressurreição de Cristo (Mt 28.2; Lc 24.4,5); na ascenção de Cristo (At l.10). Outras manifestações podem ser listadas neste ponto em toda a Bíblia. Sua manifestação é incorpórea; eles são seres espirituais e morais, porque acima de tudo, são pessoas. A realidade dos anjos se comprova mediante os atributos de personalidade que eles demonstram falando, pensando, sentindo e decidindo. Muitas das suas manifestações são feitas através de formas materiais inexistentes. Entretanto, os demônios, que são anjos caídos da graça de Deus, tomam para se incorporarem corpos de pessoas vivas ou de animais, e por essas possessões materiais, se manifestam. Os anjos de Deus não tomam outros corpos para se manifestarem, mas tomamformas de pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos.

2. Existem anjos bons e maus. Na criação original dos anjos, não houve essa classificação entre bons e maus. A Bíblia declara que os anjos foram criados no mesmo nível de justiça bondade e santidade (2 Pe 2.4; Jd 5). O que define entre bons e maus é o fato de que foram criados como seres morais com livre-arbítrio, e daí, a liberdade de escolha consciente entre o bem e o mal. A queda de Lúcifer deve-se a esta condição moral dos anjos (Is 14.12-16;Ez 28.12-19). A Bíblia fala acerca dos anjos que pecaram contra o Criador e não guardaram a sua dignidade (2 Pe 2.4; Jd 6; Jó 4.18-21 ). Aos anjos que não pecaram e não seguiram a Lúcifer, Deus os exaltou e os confirmou em sua posição celestial e para sempre estarão na sua presença, contemplando e executando a vontade do Criador (1 Tm 5.21; Mt 18.10).

3. A habitação dos anjos. Ao estudarmos as várias classes angelicais, entendemos que estas são distintas por várias atividades e se manifestam no vastíssimo espaço das "regiões celestiais". A Bíblia declara ainda que os anjos de Deus são organizados em milícias espirituais que povoam os céus e são distribuídos em distintas ordens e graus (Lc 2.13; Mt 26.53). Trata-se, portanto, de uma habitação numa dimensão celestial.

4. O número de anjos. A quantidade existente de anjos é única e incontável, porque desde que foram criados não foram aumentados nem diminuídos. Eles não procriam e foram criados de uma vez pelo poder da Palavra de Deus. A Bíblia utiliza expressões variadas para designar "milhares de milhares ", "multidão dos exércitos celestiais ", "muitos milhares de anjos" (Ap 5.11; Dn 7.10; Dt 33.2; Hb 12.22; Lc 2.13). É impossível determinar o número de anjos porque é incontável e é o mesmo número em todos os tempos, desde que foram criados (Sl 148.2-5).

Anjos

A natureza dos anjos

Antes da criação do homem, Deus criou os anjos dando-lhes personalidade, inteligência e responsabilidade moral. Porém, a despeito da similaridade moral e espiritual com o homem, os anjos possuem algumas características peculiares. Ao estudarmos a natureza dos anjos, poderemos entender suas atividades.

I -OBJEÇÕES À DOUTRINA BÍBLICA DOS ANJOS

Em toda a história da humanidade, a realidade dos anjos tem sido discutida, contestada por uns e acreditada por outros. Por essa razão tem-se criado outras doutrinas com o fim de negar a existência dos anjos, ou de admiti-la fantasiosa e ficticiamente. Dentre essas falsas doutrinas, destacamos algumas:

1. A doutrina dos saduceus. Eles não acreditavam na existência dos anjos nem na ressurreição dos mortos (At 23.8). A essência da doutrina dos saduceus era materialista, por isso, para eles, a doutrina dos anjos não passava de uma mera alegoria.
2. A doutrina racionalista. Os racionalistas entendem que a crença na existência dos anjos é absurda, pois acreditar que os anjos existem significa entrar na ficção e abandonar a razão. Eles vêem na doutrina dos anjos uma forma de politeísmo primitivo que com o tempo, foi tomando forma na vida dos hebreus. Ora, a acusação de que a crença nos anjos seja uma forma de politeísmo primitivo se choca frontalmente com o monoteísmo pregado pelo povo hebreu. Os anjos não são deuses; são apenas seres espirituais criados por Deus para o servirem.
3.A doutrina materialista. Essa doutrina nega tenazmente a existência do mundo espiritual, e por conseguinte, os anjos. Acreditam apenas na matéria e nada que vá além da matéria.
4.A doutrina espírita. O espiritismo ensina que os anjos são as almas dos mortos que alcançaram um grau máximo de perfeição. Essa doutrina nega a existência distinta dos anjos como criaturas de Deus, bem como a existência dos demônios, os quais, segundo ensinam, são almas desencarnadas dos maus.

II.QUEM SÃO OS ANJOS

No ponto anterior, tivemos uma idéia superficial das doutrinas falsas acerca dos anjos e quanto à origem, existência e realidade destes. A partir desse ponto, estudaremos o assunto do ponto de vista da Bíblia.

1. Os anjos são criaturas. No princípio de todas as coisas, antes da criação do mundo físico, Deus criou os anjos. A expressão "exército do céu", dependendo do contexto, pode ter duas interpretações. Em Gênesis 2.1, Salmos 33.6 e Neemias 9.6, refere-se aos anjos. É impossível fixar o tempo em que foram criados os anjos, mas a resposta de Deus a Jó declara que eles foram criados antes de todas as outras coisas(Jó 38.4,7)
2.Os anjos são seres espirituais. Os corpos espirituais não possuem limitações físicas, por isso a "lei da gravidade" não exerce qualquer influência ou poder sobre coisas espirituais. Pela falta de gravidade de seus corpos espirituais, os anjos podem locomover-se de um lugar para outro com extrema rapidez. Por serem superiores à matéria, os anjos podem tomar formas humanas para se fazerem perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se houver necessidade. Várias aparições de anjos feitas a Abraão, Ló, Já có, Josué, Pedro e Paulo são exemplos indiscutíveis da Bíblia(Gn 18.1-10; 28.10-22 etc) Ainda em nosso tempo, os anjos aparecem aos servos de Deus na terra.
3. Os anjos são seres poderosos. O salmista os descreveu como "valorosos em poder" que executam as ordens de Deus e lhe obedecem (Sl 103.20) . Quando os pais de Sansão levantaram um altar ao Senhor, um anjo desceu sobre as chamas do altar sem sofrer qualquer dano(Jz 13.19,20). Um só anjo matou a 185 mil soldados do exército assírio (Is 37.36). Um só anjo destruiu com fogo as cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Um só anjo removeu a pedra do sepulcro onde Jesus foi sepultado, quando se exigia vários homens para remover aquela enorme pedra(Mt 28.2) Embora os anjos tenham poderes, eles são limitados(2 Sm 24.16) ; Ap 18.1,21; Gn 19.13).
4 Os anjos são seres pessoais. Na experiência com os homens, os anjos falam, orientam, ouvem e determinam. A Bíblia dá a entender que os anjos possuem uma inteligência superior à dos homens, mas não igual ou superior à de Deus (2 Sm 14.20; 1 Pe 1.12) Dotados de sentimentos, anjos podem experimentar emoções quando rendem culto a Deus (Sl 148.2) . Eles conhecem suas limitações e se contentam com tudo o que fazem e podem fazer (Mt 24.36).
5.Os anjos são seres imortais. Os homens podem morrer, mas os anjos são espíritos imortais (Lc 20.34-36). Significa que eles não estão sujeitos à dissolução, ou putrefação orgânica, visto que seus corpos são imateriais.A imortalidade deriva da pura espiritualidade.

III. CARACTERÍSTICAS DISTINTAS DOS ANJOS

O Senhor deu aos anjos conhecimento, poder e mobilidade mais elevados do que aos homens. Por esses elementos descobrimos algumas características especiais capazes de fazer-nos compreender alguns aspectos da revelação bíblica e das relações pessoais com os homens. Santidade. No Apocalipse , os anjos são identificados como santos. Isto implica em que eles foram colocados em estados eterno de santidade(Ap. 14.10). Outros textos das Escrituras os identificam como "santos" (Mt 25.31; Mc 8.38; Lc 9.26; At 10.22) para os distinguir dos anjos caídos Jo 8.44 e 1 Jo 3.8-10. Reverência. Uma das características principais das atividades angelicais é o louvor e a adoração (Sl 29.1,2; 89.7; 103.30; 148.2). Jesus declarou que os anjos de Deus sempre estão na presença do Pai e vêm a sua face (Mt 18.10). De modo geral, todos os anjos de Deus o louvam e o adoram, mas há uma classe específica das hostes angelicais cuja função principal é louvar e adorar a Deus; são os serafins. Essa classe de anjos permanece ao redor do trono como servos do Todo-Poderoso, para executarem a sua vontade (Is 6.3). Reverência é respeito e veneração marcado pelo temor. Esse temor não é medo, mas significa reconhecimento do poder superior de Deus. Serviço. O autor da Epístola aos Hebreus denomina os anjos de "espíritos ministradores" (Hb 1.14), indicando que eles exercem serviços especiais aos interesses do Reino de Deus.

a) Os anjos executam a vontade de Deus. O próprio sentido da palavra "anjo" é mensageiro. Portanto, é função precípua dos anjos servir aos interesses de Deus, obedecendo-lhe em toda a sua soberana vontade. Mais uma vez o autor de Hebreus indica essa função angelical de serviço quando diz: "Ainda quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos e a seus ministros labaredas de fogo"(Hb 1.7). Os escritor sagrado os destaca como "ministros" para identificar o serviço que prestam a Deus em favor dos santos em Cristo.

b)Os anjos cuidam e protegem os fiéis. Há um texto nos Salmos que declara que "o anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra"(Sl 34.7). Elias, ameaçado de morte pela rainha Jesabel, mulher de Acabe, precisou fugir da cidade para escapar com vida. Elias fugiu para o deserto e assentou-se debaixo de uma pequena árvore chamada zimbro. Estava triste e decepcionado, por isso, pediu a morte. Deitado debaixo daquele zimbro, veio um anjo da parte de Deus e o tocou e lhe disse: "Levanta-te e come. E olhou, e eis que à cabeceira estava um pão cozido sobre brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu e tornou a deitar-se. E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e tocou-o, e disse: Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho"(1 Rs 19.5-7)

c)Os anjos punem os inimigos de Deus. Os inimigos de Deus agem de muitas maneiras, mas nada passa despercebido pelo Senhor. Houve um rei da Assíria, chamado Senaqueribe, que desafiou ao Deus de Ezequias, rei de Judá. Imediatamente Deus enviou um anjo poderoso o qual destruiu o exército assírio de 185 mil soldados. Para preservar o seu povo e o seu nome, Deus puniu aqueles inimigos (2 Rs 19.35). No período dos juízos finais da história da humanidade, os anjos serão os emissários de Deus para executarem o seu juízo contra aqueles que rejeitam a Jesus como Salvador do mundo e se constituem em inimigos declarados do soberano Senhor(Mt 13.50).

A Organização Angelical

INTRODUÇÃO

A organização angelical abrange as várias categorias ou classes de anjos.À semelhança das organizações políticas existentes no mundo, com graduações e poderes maiores e menores, as cortes angelicais também possuem a sua hierarquia. Estudaremos o assunto de um modo genérico, mas obedecendo a uma certa ordem.

I - UMA HIERARQUIA ESPECIAL DE ANJOS

A Bíblia dá a entender que os anjos de Deus (!) se acham organizados de forma hierárquica, isto é‚ numa forma de graduação, de autoridade. Essa graduação ‚ destacada pelo tipo de atividade que os anjos exercem em todo o Universo e na presença de Deus.

1.   Arcanjo. A palavra "arcanjo" representa a mais elevada posição na hierarquia angelical. 0 prefixo "arc", do grego "arch", sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um primeiro- ministro. Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do arcanjo Miguel (Jd 9). Esse arcanjo se destaca biblicamente como uma espécie de administrador e protetor dos interesses divinos em relação a Israel) (Jd 9; Dn 12.1). 0 arcanjo Miguel ‚ denominado " príncipe dos filhos de Israel " porque é o guardião dessa nação. Na visão apocalíptica e escatológica (futura) que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo Miguel surgirá como o grande comandante dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas, representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 12.7-12). Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira fase de convocação dos remidos do Senhor, a escritura não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os quais ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir ao encontro do Senhor nos ares (I Ts 4.16).

2.   Querubins. Essa classe de anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles têm com o trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico "querub" , tem o sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia em Gn 3.24 no Jardim do Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o homem que havia pecado contra o seu Criador não tivesse acesso ao caminho da árvore da vida. 0 que aprendemos acerca dos querubins ‚ que eles possuem uma posição elevada na corte celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus (I Sm 4.4; II Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Em Ezequiel 10, os querubins aparecem cheios de olhos e o trono de Deus está acima deles. A ligação dos querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso á presença de Deus. Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou " Lugar Santíssimo " com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb 10.19-22).

3.   Serafins. O vocábulo serafim deriva do "saraph" e significa ardente, refulgente ou brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na Bíblia em Isaías 6.1-3. Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem, proclamam e mantém a santidade de Deus. Na visão de Isaías, os serafins são representados como tendo seis asas. As asas de cada serafim tinham funções específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam. Essa visão de seres alados não significa que todos os anjos, obrigatoriamente, têm de Ter asas. As asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de movimento e locomoção dos anjos para realizarem a vontade de Deus. É uma forma materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos, porque, de fato, os anjos são incorpóreos.

II - CLASSIFICAÇÃO GENÉRICA DOS ANJOS

Denominamos "classificação genérica" porque entendemos que dentro da ordem apresentada em Romanos 8.38 e Colossenses 1.16, o apóstolo Paulo não quis dogmatizar a ordem angelical segundo o seu entendimento. De fato, o seu interesse foi o de tornar mais clara a compreensão sobre as várias classes angelicais. Outro fato importante é que algumas das classes apresentadas como arcanjos, querubins e serafins se confundem dentro dos títulos apresentados por Paulo. Os teólogos antigos tentaram classificar os anjos reunindo todas as graduações. O teólogo Dioníso, areopagita, apresentava três classes de anjos.

(1) Tronos , querubins e serafins, como pertencentes a uma classe ligada diretamente ao trono de Deus.

(2) Poderes, domínios e potestades e

(3) Principados, arcanjos e anjos comuns.

Entretanto, essa classificação não tem respaldo bíblico, dada a diversidade das várias ordens angelicais.

Apresentaremos uma classificação segundo a ordem dos textos Cl 1.16 e Rm 8.38 , sem nos preocupar com uma ordem definitiva, pois não é esse o objetivo dos nossos estudos apresentados nessa Home Page.

1. Tronos (Cl 1.16) Conforme está no original grego, "thronoi" tem um sentido especial porque se refere a uma classe de anjos que está diretamente ligada à majestade e soberania de Deus. É possível que os "querubins" estejam diretamente ligados a esse tipo de atividade real, pois alguns textos identificam os querubins como os seres sobre os quais Deus está assentado e reinando ( I Sm. 4.4 ; II Rs 19.14 ; Sl 80.1 ; 99.1). É interessante fazer uma ligação tipológica dos anjos-tronos com os "carros" nos quais Deus anda e ostenta sua glória no Universo (Sl 68.17). Também encontramos essa mesma linguagem figurada acerca dos anjos comparando-os e tipificando-os "aos carros da salvação" e ainda destaca o Senhor "montado sobre cavalos" (Hc 3.8). Não há nenhum tom negativo ou humilhante nessa tipologia sobre anjos como cavalos, porque na mente antiga, os cavalos são símbolos de força e serviço. Quiséramos ser os "tronos" de Deus! Entretanto, Deus ostenta sua glória através de nós mediante a permanência do Espírito Santo em nosso ser.

2. Domínios (Cl 1.16) . Em algumas versões, o termo grego "kuriothes" ou "kuriotethoi" tem o sentido de soberanias ou dominações (Ef 1.21). A classe especial de anjos dominadores tem como função principal executar as ordens de Deus sobre as coisas criadas. Paulo diz que esses anjos executam as ordens divinas sob autoridade de Cristo. Subentende-se pelo contexto doutrinário do papel dos anjos, que essa classe denominada "dominadores" age de forma executiva sobre o Universo e sobre determinadas esferas espirituais.

3. Principados (Cl 1.16). Mais uma vez aquelas categorias especiais dos querubins e serafins se confundem com essas classificações de tronos, domínios, principados e potestades. Por isso, é difícil estabelecer uma ordem específica; porém, o que está revelado acerca dessas classes de anjos nos é suficiente para entender a sua importância e o seu ministério. A palavra "principados" no grego bíblico é "archai", e refere-se a uma classe de anjos que têm poderes de príncipes. Nos reinos terrestres, os principados regem sobre territórios pertencentes ao reino. Podemos ver isto na história de Lúcifer, o qual havia sido estabelecido como "querubim ungido para proteger" e estava no monte santo antes de sua queda. Ao mesmo tempo, parece-nos que sua posição de "querubim" é fortalecida e acrescida por outra posição de "principado". Supõe-se que ele governava o planeta na posição de "principado", e só perdeu essa posição quando se rebelou contra o Criador e Senhor (Is 14.13 ; Ez 28.16 ; Ap 12.9). Devemos também considerar um outro "príncipe" chamado Miguel , referido na Bíblia como "um dos primeiros príncipes" de Deus (Dn 10.13).

4. Potestades (Cl 1.16). Potestades referem-se a anjos especiais que executam tarefas especiais da parte de Deus. Não se trata de poderes angelicais isolados, mas são chamados de "potestades" porque foram investidos de uma autoridade especial. Vários exemplos se destacam na Bíblia das ações poderosas dessa classe de anjos. Um destes anjos foi enviado por Deus para destruir a cidade de Jerusalém e só parou sua destruição quando Deus lhe ordenou que guardasse a sua espada (I Cr 21.15-27). O salmista Davi destaca anjos que são "magníficos em poder" (Sl 103.20). Isto revela que esses anjos pertencem a uma classe de seres poderosos, mas não onipotentes. A onipotência é atributo único do Deus Trino, por isso, nenhuma criatura jamais teve nem terá poderes totais. A magnitude do poder dessas potestades se limita ao nível da capacitação dada por Deus para o cumprimento de suas obrigações.